Direito de Resposta Vida Norte ao Jornal Público

18-07-2025
DIREITO DE RESPOSTA VIDA NORTE_JORNAL PÚBLICO

O Jornal Público, publicou na sua manchete da edição de 1 de julho, com o título “Antiaborto e direitos sexuais. Organizações extremistas doam 3,3 milhões de euros a associações portuguesas”, um artigo desenvolvido nas páginas 10 e 11 em que a Associação VIDA NORTE, é referenciada, citando um relatório da European Parliamentary Forum for Sexual & Reproductive Rights (doravante, “EPF”),- que é uma Organização Não Governamental acreditada como lobista junto da Comissão Europeia – como sendo uma associação antiaborto e que terá sido financiada em 1,5 milhões de euros por “Grupos Extremistas”. Posteriormente, no dia 7 de julho publicou uma segunda notícia com referência à VIDA NORTE com o título “PCP questiona Governo sobre financiamento de extremistas para financiar campanhas contra aborto e igualdade de género”.
Também no dia 1 de julho no Podcast P24, o Público aborda de novo a mesma questão, com o título “De onde vêm os milhões que financiam movimentos antiaborto?” nos mesmos pressupostos.


Em nenhuma das circunstâncias, o Público tentou contactar a VIDA NORTE.

A VIDA NORTE, Instituição Particular de Solidariedade Social, desmente na totalidade a informação onde é referenciada, porquanto é totalmente falsa em várias dimensões:


1. A missão da VIDA NORTE, que aproveitamos para informar, comemora este ano de 2025 os seus 26 anos de existência, é a seguinte:


“A VIDA NORTE é uma IPSS que tem como missão apoiar grávidas e bebés em situação de fragilidade, garantindo um acompanhamento de proximidade, com vista à capacitação da família e à construção de um projeto de vida autónomo, responsável e feliz.”
A Vida Norte não faz campanha a favor ou contra o aborto. Defende uma decisão consciente por parte das grávidas, naquele que deveria ser um imperativo de toda a sociedade, e acompanha grávidas, mães e pais e famílias que se encontram em situações de carência económica, social, familiar ou mesmo fragilidade psicológica e emocional.

2. A VIDA NORTE desenvolve a sua atividade de apoio junto de mulheres grávidas, bebés e suas famílias em situação de vulnerabilidade, com respeito pela dignidade de cada vida humana.


3. A VIDA NORTE tem como seu financiamento, as quotas dos seus associados, as receitas provenientes de eventos que organiza, apoios do Estado português devidamente contratualizados e fiscalizados, assim como donativos de particulares e empresas, todos devidamente relevados na sua contabilidade.


4. Ao contrário da organização lobista que elabora o relatório base (EPF), a VIDA NORTE publica, há muitos anos, os seus Relatórios e Contas, sempre numa lógica de total transparência.


5. Os Relatórios referidos no ponto anterior são devidamente auditados por iniciativa da Associação Vida Norte, sem que para tal fossemos obrigados. A Associação possui registo de todos os donativos (uma parte substancial em bens e serviços), bem como de todos seus doadores, não constando entre estes, quaisquer “organizações extremistas”.

 

6. A EPF, que lança estas acusações completamente desprovidas de aderência à realidade, é muito menos transparente. Sendo uma ONG, não publica nenhum Relatório e Contas ou Planos de Atividades.
Os únicos elementos públicos são os registados junto da acreditação enquanto lobistas na União Europeia, onde apenas revelam terem sido financiados, em 2024, pela americana Gates Foundation em 712 mil euros e pela United Nations Population Fund (UNFPA), em 1,8 milhões de euros.


7. Não deixa de ser caricato que uma ONG e lobista que é financiada pelo Fundo das Nações Unidas para a População que se descreve a si própria como “a agência das Nações Unidas para a saúde sexual e reprodutiva. A nossa missão é garantir um mundo onde cada gravidez seja desejada, cada parto seja seguro e o potencial de cada jovem seja plenamente realizado” possa incluir a Vida Norte, que persegue os mesmos objetivos, como uma entidade de luta contra o aborto financiada por organizações extremistas.


8. Em 2024, nas regiões de Porto e Braga onde atua, a Vida Norte apoiou 483 famílias, das quais apenas 27% de nacionalidade portuguesa, maioritariamente em situações de carência económica.
O apoio material é sobretudo feito através da doação de bens.

 

9. A VIDA NORTE irá solicitar a correção do referido relatório junto dos seus autores, salvaguardando a legitimidade de agir judicialmente contra os mesmos e os alegados representantes em Portugal, de forma a repor a verdade e a salvaguardar a sua reputação.


10. Para a elaboração dos referidos artigos, o Público não contactou a Associação VIDA NORTE em qualquer das situações referidas.
Da mesma forma não enquadra devidamente a proveniência do referido relatório – uma organização lobista acreditada junto da Comissão Europeia e que dá a entender ser um Fórum do Parlamento Europeu, entidade alegadamente oficial, o que em teoria lhe confere uma aura de credibilidade, levando os leitores a concluírem que se trata de um relatório credível.

 

A Direcção da Vida Norte

 

Pode ler o DR, na edição online do Jornal Público, no link abaixo.

https://www.publico.pt/2025/07/15/sociedade/noticia/grupos-extremistas-doam-33-milhoes-euros-associacoes-portuguesas-antiaborto-2140345